segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Mausoléu virtual abriga na internet o perfil de pessoas mortas

Pessoal, já inventaram um tipo de (Orkut) para mortos, kkkkk, só me faltava essa. Leia a reportagem:

Uma espécie de mausoléu virtual, criado há cerca de três meses na internet, já abriga 240 mil mortos cadastrados. O site permite que perfis de pessoas que se foram ganhem fotos, vídeos, homenagens e recados dos parentes que ficam.
É o primeiro cadastro nacional de mortos do país, segundo o idealizador, o engenheiro civil Maurício Costa, 57, que mora hoje em Blumenau (SC).Desde que entrou no ar, já registrou a inclusão de pessoas de cerca de 300 municípios, especialmente da região Sul do país.
Segundo Costa, em até dois anos o portal Espaço Viver (http://www.espacoviver.com.br/) já terá registrado todas as prefeituras do país, o que permitirá um levantamento global de todos os óbitos nacionais. "Quando a gente cadastrar todas, a inserção de dados das cidades vai ser automática."
O objetivo, a longo prazo, é se associar aos cartórios para que todas as novas certidões de óbito entrem automaticamente no site, agilizando a atualização.
O portal busca os registros em cartórios e cemitérios municipais e só divulga o nome do morto, de seus pais e de sua cidade do óbito. Há um sistema de busca para encontrar os finados. Pessoas inscritas no site também podem cadastrar os parentes e amigos --o óbito é checado pela equipe do portal, que conta com 20 pessoas, antes de entrar no ar.
Orkut dos mortos
A secretária Jean Thomsen, 43, de Blumenau (SC), cadastrou cerca de dez parentes e amigos. Ela diz que pretende fazer um memorial para os avós. Para isso, terá que pagar por um pacote, que vai de R$ 17 a R$ 490 (em uma taxa única).
Se comprar, será o primeiro que Costa terá vendido. Ele não lucrou nada até agora com o site, já que a inclusão do nome é gratuita, assim como outros serviços, como deixar mensagens de afeto e montar a árvore genealógica da família.
Entre os planos pagos, o mais barato permite a inclusão de uma homenagem de 1.500 caracteres e uma foto. O mais caro comporta 60 fotos, uma biografia e vídeos.
Para Thomsen, a comparação é inevitável: "É o Orkut dos mortos, né. Pode colocar mensagens, fotos, deixar recados".
Ao pensar no site, há quase dois anos, Costa diz que não conhecia o Orkut, mas logo se deparou com o Footnote --versão norte-americana que já tem mais de 80 milhões de mortos cadastrados.
Ele diz que, apesar das semelhanças, seu site se difere do Orkut por prestar um serviço: "A gente preserva a história de um local e de pessoas".
Uma das idéias do portal é que comunidades --igrejas, clubes, associações-- cadastrem um memorial coletivo para contar sua história e ilustrá-la com documentos e fotos, a exemplo do que ocorre no Footnote (www.footnote.com).
Costa diz que imaginou uma pessoa deixando o Nordeste em busca de oportunidades no Sul e perdendo contato com seus parentes. Um dos primeiros cadastrados no memorial foi seu pai, José Gonçalves da Silva, que seguiu esse enredo, deixando Patos (PB) para morar em São Paulo.
Segundo ele, os brasileiros evitam falar de morte, mas o site pode ser um consolo para aquelas "80% das pessoas do país que acreditam em vida após a morte".
A secretária administrativa Elenita Gutz, 37, diz que foi o que sentiu ao cadastrar sua mãe, Alwine, vítima de câncer há quatro anos. "Mata um pouco a saudade navegar ali. Não fica só aquele túmulo com o nome. Parece que é uma coisa mais viva." Ela também já encontrou parentes de sua cidade natal, Pomerode (SC).

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